quinta-feira, 10 de junho de 2010

Geografia e Clima



Angola situa-se na costa do Atlântico Sul da África Ocidental, entre a Namíbia e o Congo. Também faz fronteira com o Congo e a Zambia, a oriente. O país está dividido entre uma faixa costeira árida, que se estende desde a Namíbia até Luanda, um planalto interior úmido, uma savana seca no interior sul e sudeste, e floresta tropical no norte e em Cabinda. O rio Zambeze e vários afluentes do rio Congo têm as suas nascentes em Angola. A faixa costeira é temperada pela corrente fria de Benguela, o que tem como resultado um clima semelhante ao da costa do Peru ou da Baixa Califórnia. Existe uma estação das chuvas curta, que vai de Fevereiro a Abril. Os verões são quentes e secos, os invernos são temperados. As terras altas do interior têm um clima suave com uma estação das chuvas de Novembro a Abril, seguida por uma estação seca, mais fria, de Maio a Outubro. As altitudes variam, em geral, entre os 1 000 e os 2 000 metros. As regiões do norte e Cabinda têm chuvas ao longo de quase todo o ano.

Guerra Civil e Independência

Independência


No dia 10 de Novembro de 1975, o Alto-comissário e Governador-Geral de Angola, Almirante Leonel Cardoso, em nome do Governo Português, proclamou a independência de Angola, transferindo a soberania de Portugal, não para um determinado movimento político mas sim para o “Povo Angolano”, de forma efetiva a partir de 11 de Novembro de 1975:
"E assim Portugal entrega Angola aos angolanos, depois de quase 500 anos de presença, durante os quais se foram cimentando amizades e caldeando culturas, com ingredientes que nada poderá destruir. Os homens desaparecem, mas a obra fica. Portugal parte sem sentimentos de culpa e sem ter de que se envergonhar. Deixa um país que está na vanguarda dos estados africanos, deixa um país de que se orgulha e de que todos os angolanos podem orgulhar-se".

Guerra Civil


A guerra civil e a intervenção estrangeira marcaram profundamente a sociedade angolana das últimas décadas. Em 1975 (após a independência), os três movimentos independentistas angolanos - FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola), UNITA e MPLA - formaram uma frente comum e assinaram, com a representação portuguesa, os Acordos de Alvor, que previam a participação de todos eles no Governo do país. Devido à existência de rivalidades políticas, não se verificou um entendimento entre as três forças angolanas. Em Março de 1976 registaram-se violentos confrontos entre o MPLA e a FNLA, que marcaram o início de uma guerra longa e sangrenta. As duas organizações procuraram apoios no exterior. A FNLA simbolizava o anticomunismo contra a expansão da Rússia e o MPLA a luta contra o capitalismo. O MPLA passou a controlar Luanda com o apoio de Cuba e da União Soviética, a FNLA contou com a ajuda do Zaire, da China e de alguns países ocidentais, enquanto a UNITA foi auxiliada pela África do Sul e pelos Estados Unidos da América.
Entretanto, a UNITA e a FNLA formaram uma frente comum para lutar contra o MPLA, e Portugal foi afastado da condução do processo político de transição de Angola, não conseguindo impedir a internacionalização do conflito. Kissinger, o então secretário de estado norte-americano, analisava os acontecimentos em Angola como um prolongamento da Guerra Fria.
Em 1984, a FNLA rendeu-se ao Governo, o mesmo não acontecendo com a UNITA, que, liderada por Jonas Savimbi, continuou a sua luta contra o regime de José Eduardo dos Santos.
O ano de 1988 trouxe alguma esperança para o povo angolano. Surgiram então várias iniciativas para a paz. As propostas do Governo não foram, no entanto, do agrado da UNITA, que como resposta intensificou a luta, persistindo na reivindicação de integrar um Governo de transição com o MPLA como prelúdio para a instituição de um regime multipartidário e para a realização de eleições livres.
A 24 de Junho de 1989, na sequência de uma conferência realizada em Gbadolite (Zaire) onde participaram José Eduardo dos Santos, Jonas Savimbi e um conjunto de 18 chefes de Estado africanos, foi acordado um cessar-fogo. Mas este acordo teve interpretações diferentes para as duas partes em conflito. Em Agosto, Savimbi anunciou o recomeço das hostilidades. Mais tarde seria a UNITA a apresentar uma série de propostas, entre as quais a criação de uma força de paz para a fiscalização do cessar-fogo e o reinício das negociações com o Governo de Luanda.
Depois de sucessivas rondas de negociações, primeiro apenas com a presença de Portugal e mais tarde com observadores norte-americanos e soviéticos, a 31 de Maio de 1991, em Lisboa, e com a presença do primeiro-ministro português, Aníbal Cavaco Silva, foram formalmente assinados, pelo presidente angolano e pelo presidente da UNITA, os Acordos de Paz para Angola (conhecidos por Acordos de Bicesse ). Mas mais uma vez, em finais de 1991, a implantação dos acordos estava longe de se considerar satisfatória a nível político e militar.
Com o desanuviamento das relações Leste-Oeste e depois de uma guerra sangrenta de dezasseis anos, foram finalmente realizadas eleições livres e multipartidárias em Setembro de 1992, com a mediação das Nações Unidas, que fez deslocar para o terreno uma missão de verificação e fiscalização das eleições. O MPLA foi o vencedor oficial. A segunda força política mais votada, a UNITA, recusou-se a aceitar os resultados. Angola voltou a mergulhar na guerra civil até à assinatura do Protocolo de Lusaca (cessar-fogo), em Novembro de 1994.
Este protocolo iria ser muitas vezes violado em certas zonas, mas sem haver um retorno à guerra civil generalizada. A situação política e militar no país está ainda por normalizar, havendo pressões por parte do Conselho de Segurança da ONU sobre a UNITA, no sentido de obrigar esta organização a proceder ao acantonamento dos seus soldados.
O conflito fez muitos milhares de mortos e cerca de um milhão de refugiados dispersos por várias regiões dos países vizinhos, ao mesmo tempo que arruinou a economia angolana.

Comida Angolana




O prato típico de Angola é o funge, uma espécie de polenta cremosa feita com farinha de mandioca ou de milho. O acompanhamento pode ter: a quisaca (folhas do pé de mandioca maceradas, cozidas e temperadas); o peixe fresco ensopado; o peixe seco cozido ou assado; a galinha cabidela (ao molho pardo); a muamba (prato à base de galinha, amendoim, quiabos e outros temperos); ou o feijão preparado no óleo de palma (tipo de azeite de dendê), entre outros.

Uma grande pedida para quem gosta de frutos do mar são os pratos preparados à base de lagosta ou camarão, que podem ser encontrados a preços convidativos em vários restaurantes e bares da cidade e também na orla da "ilha" do Cabo (na baía de Luanda).

Frutas típicas de Angola são Fruta-do-Conde e Maracujá que podem ser usadas em diversas receitas

Receita de Quisaca

Ingredientes

* 1/2 kg de couve usada para caldo verde ou de espinafre
* 1/2 kg de camarão
* 2 cebolas grandes
* 4 dentes de alho
* 2 colheres (sopa) de azeite
* 4 colheres (sopa) de pasta de amendoim
* Sal

Modo de preparo

* Lave muito bem a couve ou o espinafre, de uma fervura e escorra a água.
* Leve um recipiente ao fogo brando com o azeite, as cebolas cortadas aos pedaços muito pequenos, os dentes de alho cortados da mesma forma e sal.
* À parte, frite o camarão e corte aos pedaços.
* Misture ao refogado e deixe cozinhar, acrescentando ao mesmo tempo a pasta de amendoim diluída em uma xícara (chá) de água quente.
* Deixe cozinhar até ficar soltinha.
* Acompanha qualquer prato de carne ou peixe.

A Cultura



Dança

Em Angola, a dança distingue diversos gêneros, significados, formas e contextos, equilibrando a vertente recreativa com a sua condição de veículo de comunicação religiosa, curativa, ritual e mesmo de intervenção social. Não se restringindo ao âmbito tradicional e popular, manifesta-se igualmente através de linguagens acadêmicas e contemporâneas. A presença constante da dança no quotidiano, é produto de um contexto cultural apelativo para a interiorização de estruturas rítmicas desde cedo. Iniciando-se pelo estreito contacto da criança com os movimentos da mãe (às costas da qual é transportada), esta ligação é fortalecida através da participação dos jovens nas diferentes celebrações sociais (os jovens são os que mais se envolvem), onde a dança se revela determinante enquanto fator de integração e preservação da identidade e do sentimento comunitário.
Depois de vários séculos de colonização portuguesa, Angola acabou por também sofrer misturas com outras culturas atualmente presentes no Brasil, Moçambique e Cabo Verde. Com isto, Angola hoje destaca-se pelos mais diversos estilos musicais, tendo como principais: o Semba, o Kuduro e a Kizomba.


Música

A música de Angola é uma das mais importantes manifestações da cultura deste país. Luanda, capital e maior cidade de Angola, é o berço de diversos estilos como o merengue, kazukuta, kilapanda e semba. Na ilha ao largo da costa de Luanda, nasce a rebita, um estilo que tem por base o acordeão e a harmônica. Há quem defenda que o próprio fado tem origem em Angola.
O semba, que partilha raízes com o samba (de onde a palavra tem origem e significa umbigada), é também predecessor da kizomba e kuduro. É uma música de características urbanas, e surge com das cidades, em especial com o crescimento de Luanda. À volta desta capital, criam-se grandes aglomerados populacionais, os “musseques”.
O “musseque” (expressão que em língua nacional kimbundu significa "onde há areia", por oposição à zona asfaltada) é o espaço de transição entre o universo rural e a cidade.

Arte

A arte da máscara azul da Angola , como a maioria da arte africana, as máscaras de madeira e as culturas não são criações meramente estéticas. Elas tem um papel importante em rituais , representado a vida adulta, a celebração de uma nova colheita e o começo da estação da caça. Os artesão Angolanos trabalham madeira,bronze e marfim, nas mascaras ou em esculturas. Cada grupo étimo-linguístico em Angola tem seus próprios traços artísticos originais. Talvez a parte mais formosa da arte Angolana é o ''Pensador de Cokwe'', uma obra-prima da harmonia e simetria da linha. O Luanda-cokwe na parte nordeste de Angola é conhecido também por suas artes plásticas superiores. Outras partes de assinatura da arte angolana incluem: A máscara fêmea Mwnaa-Pwo desgastada pelos dançarinos masculinos em seus rituais de puberdade; Máscaras poli-cromáticas de Kalelwa usadas durante cerimônias de circuneisão; Máscaras de Cikungu e de Cihongo que conjure acima das imagens da mitologia de Luanda-Cokwe. Duas figuras chaves neste panteão são a princesa Lweji e o príncipe da civilização Tschibinda-llunga.; A arte em cerâmica preta de México do centro/leste de Angola.

A economia e o hino angolano

A moeda é Kwanza Novo que foi introduzida em 1990.
Na agricultura a economia é baseada no café, cana-de-açúcar, mandioca, banana, milho e batata-doce. Já na pecuária são os bovinos, suínos, caprinos e aves. Na mineração é o diamante e petróleo. E na indústria é a extração e refino de petróleo.

O Hino

O Pátria, nunca mais esqueceremos
Os heróis do quatro de Fevereiro.
O Pátria, nós saudamos os teus filhos
Tombados pela nossa Independência.
Honramos o passado e a nossa História,
Construindo no Trabalho o Homem novo,
(repete as duas últimas linhas)
REFRÃO
Angola, avante!
Revolução, pelo Poder Popular!
Pátria Unida, Liberdade,
Um só povo, uma só Nação!
(repete o refrão)
Levantemos nossas vozes libertadas
Para gloriados povos africanos.
Marchemos, combatentes angolanos,
Solidários com os povos oprimidos.
Orgulhosos lutaremos Pela Paz
Com as forças progressistas do mundo.
(repete as duas últimas linhas)

A Angola


Nome: República de Angola
Capital: Luanda
Cidades Principais: Huambo, benguela. Lobito e Lubango.
Moeda: Kwanza Nova
Área: 1.246.700 km²
População: 12,5 milhões
Idioma: Português e línguas regionais como umbundo, quimbundo, quicongo, ovimbundo e bacongo.
Localização: Sudeste da África
Religião: Cristianismo 70,1% (católicos e protestantes) e religiões tribais 29,9%

País do sudeste africano, Angola vive em guerra civil desde 1975, quando ficou independente de Portugal. Durante anos, representou uma importante fronteira na guerra fria. A guerra destruiu a infra-estrutura de transportes e contribuiu para agravar a fome, pois não há como levar os suprimentos de socorro até as áreas mais castigadas. A guerra também causou colapso nos portos. Não há turistas por esses motivos.
A Angola é dividida em dezoito províncias.